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quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Síndrome de Estocolmo
By Tavares 512
Posted at 07:23
FiLeosofando
Choro toda
noite. No escuro, sozinho.
Meu espaço é
restrito e meus movimentos são totalmente limitados. Eles vêm, observam-me,
alimentam-me, e vão embora. Às vezes se revezam, às vezes vêm em dupla. Não
entendo o que eles dizem, e eles fingem que me entendem. Deus, por quanto tempo
vou passar por isso?
Por meses eu não
enxergo nada.
Encontro-me, na
maioria das vezes, envolto em meus dejetos. É deplorável. Reclamo, grito,
esperneio. Ouço as suas vozes distorcidas e só entendo a sua entonação. Às
vezes, parecem se importar. É mentira. Que idioma é esse? Falam comigo de forma
diminutiva. Um horror.
Quero correr,
quero sair daqui, quero atenção. Tudo isso me é negado, eles controlam até o
meu sono, até o que eu como. Diariamente, dão-me uma ração com gosto estranho e
consistência duvidosa. Ainda não enxergo direito. O que fizeram comigo? Não me
lembro.
A única coisa
que me vem à mente é que estava tranquilo em casa, confortável e então – BAM! –
veio a luz, frio, gritos e dor. Nossa, a dor. Parece que me separa de mim mesmo
e me tira um pedaço. Choro toda noite. Às vezes, choro de dia. É o que me resta
e eles parecem que só entendem isso.
O tempo passa e
eu começo a entender o que eles falam, começo a enxergar seus vultos, já os reconheço
e começo a me afeiçoar a eles. Devo estar ficando louco. Já sinto falta deles e
da maldita ração que parece loucura, mas melhorou com o tempo. Já sou senhor de
meus movimentos, mas ainda não posso ir pra onde quero.
Hoje, já faz um
ano. Já os entendo e falo algumas palavras de seu idioma e eles, por sua vez,
parecem me entender melhor. Realmente me afeiçoei a eles. Não me vejo mais sem
eles. Eles me venceram. Fim. É pra vida toda.
Te amo, mãe. Te
amo, pai.
Tavares 512
*Esta “obra” é pura ficção científica, devaneio,
ilusão, maluquessência e humor.