Vinho até para quem não entende muito, até pra quem não curte, percebe essa palavrinha V-I-N-H-O (apesar do meu grito cafona em caps lock) com certa sofisticação, requinte, elegância... Tá que alguns de nós imediatamente remetemos àquele Pérgola ou ao famoso Sangue de Boi (Sangue de Buá, Sang des Bovins) que tomou no 3º ano, achou uma delícia por ser docinho, juntou 1 real de cada colega e conseguiu comprar um garrafão de 5 litros e prometeu nunca mais beber no dia seguinte devido uma ressaca do cão.
Juliana e Cauto, anfitriões (Box 111) |
O #Team512 foi convidado pra uma noite de degustação/harmonização de vinhos na Adega Box 111. Certamente munidos antecipadamente de nossas ideias da classe que o vinho pede, escolhemos o que vestir com cuidado, nos perfumamos e partiu riqueza. Fomos recebidos pelo casal Juliana Britto e Cauto Freitas, os cabeças do negócio, e sua equipe com muito cuidado.
Ao mesmo tempo que o vinho sugere finesse já imaginamos um grupo de aristocratas muito chatos e muito bem engravatados os quais você jamais se imaginará parte, pois é um relento que curte mesmo é uma cerveja doendo os dentes num boteco e não abre mão. Admito que, mesmo conhecendo alguma coisa de vinho, fui à Adega meio cabreiro, pensando que pudesse ser reprimido por esta "aristocracia do vinho" e me prometi falar pouco pra não dizer bobagem. Depois de alguns dedos de prosa, e de Juliana de voz doce e muito simpática ter nos apresentado o espaço e certamente conhecedora dessa resistência das pessoas à experiência do vinho, nos deixou bastante a vontade.
Juliana sabe pra caramba de vinho e admitiu também ter começado a beber vinho como todo mundo, com os Dom Bosco da vida na adolescência no colegial. Os quais hoje ela não considera mais exatamente vinhos "São bebidas alcoólicas provenientes da fermentação de uvas como os vinhos, mas são produzidos a partir de uvas pra consumo e não consideradas viníferas, a eles podem ser adicionado álcool proveniente de outro tipo de fermentação e também de açúcar no caso dos suaves".
Segundo ela e Cauto a intenção da Adega não é apenas vender vinho, a missão deles é propagar a cultura do vinho, desmitificando-o. E a impressão que tive foi exatamente essa, fui lá pra ter uma noite despretensiosa, agradável e aprendi um bocado de coisa sem nem perceber. A maioria das pessoas não se apaixonou por cerveja no primeiro gole. Eles alertaram inclusive que a maioria de nós que geralmente se propõe a provar um vinho começa pelo caminho errado. Nego vai no supermercado, compra um Cabernet Sauvignon de quase 100 pau pra ostentar e se decepciona por que o trem travou na boca. O vinho da uva cabernet é intenso, robusto e precisa ser harmonizado corretamente, e vinho bom não é exatamente vinho caro. A média de preço dos vinhos que se encontram lá cabe no bolso de qualquer um.
Pra os iniciantes e pra quem curte os vinhos mais docinhos, Juliana sugere, por exemplo, um Pinot Noir ou outros disponíveis na Adega fabricados a partir de uma combinação de uvas que faz com que o vinho seja menos impactante.
Falemos da degustação.
Abrimos os trabalhos com um espumante italiano, um dos preferidos de Juliana, o Bottega Millesimato Brut. Todas as bebidas foram servidas em sua temperatura ótima. Lá você pode encontrar acessórios, além das dicas deles de como resfriar adequadamente os vinhos.
Um vinho em temperatura ambiente é um purgante como uma Coca Cola em mesma situação.
Não somos enólogos nem vamos falar aqui da textura dos vinhos, acidez, aroma, bla bla bla. Mas estava claro que tudo foi pensando em nos receber e apesar da noite fria a refrescância do espumante caiu muito bem e garrafa acabou rapidinho.
Depois um vinho branco de uma uva de nome difícil bagarai da vinícola Emiliana, a Gewurztraminer. Cauto nos apresentou a sua história, e o nome do danado é de origem alemã, mas o vinho é de origem francesa, porém este que provamos foi produzido no Chile. No caso, uma viagem ao mundo e uma viagem de preço bastante acessível.
Em seguida um tinto português Crasto Superior Douro DOC. Os vinhos foram harmonizados com presunto de parma, queijos gouda, camembert e brie. A harmonização basicamente é criar um terceiro sabor a partir do vinho com a comida. E é preciso saber fazer isso pra não que a experiência não seja desagradável.
#Team512 com Juliana (Box 111) |
Pra finalizar foi um espetáculo de um licor português de cereja chamado Ginja. Foram servidos em copinhos de chocolate e rapaz, coisa de Deus. A Ginja só é encontrada à venda aqui em Conquista no Box 111 e em adegas em São Paulo. Uma preciosidade. Todo mundo quis levar uma garrafa pra casa. E sim, lá não se vendem apenas vinhos. A especialidade da casa é vinho mas é possivel encontrar whiskeys, cachaças, licores...
Cara, aprendemos tanto com eles, que é assunto pra algumas várias outras publicações. E quem quiser desmistificar, aprender, trocar experiências estou seguro que serão muito bem recebidos e conduzidos pela equipe Box 111.
Dannillo Lima Rocha
Graduado em jornalismo, especializado em artes visuais
e apaixonado por um bom rango e umas boas biritas também