sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Entre Marley e eu, prefiro Marley.

By Tavares 512   Posted at  11:10   Ihqueabuso













Numa situação de emergência, você salvaria Susaninha Vieira ou uma lontra? Você salvaria um petista ou o cachorro que te acorda babando na sua cara? Você prefere seu vizinho ou um pé de jabuticaba? Você prefere dar uma esmola pros pobres ou juntar dinheiro pra comprar Whiskas para o seu gato? Você gostou mais de À Procura da Felicidade ou de Marley e Eu? No caso do tigre que abocanhou o braço do menino, você ficou do lado do menino ou do tigre? Você aplaude mais o show de Beyoncé ou o pôr-do-sol? Qual presente te deixaria mais feliz: um casaco de pele ou um periquito? Picanha mal passada ou salada de cenoura, alface e beterraba? Se você respondeu o primeiro item na maioria dos casos, cê é uma pessoa maléfica que está cagando para a ecologia, o meio ambiente, a natureza, os animais, o ecossistema vivo, o efeito estufa, os lactobacilos vivos. Você é um ser cruel, incapaz de abraçar uma árvore ou cantar junto com os passarinhos. 

Se Deus preferiu os animaizinhos que subiram na Arca de Noé de dois em dois, os elefantes e os pingüins como filhos do Senhor, por que a gente vai agir diferente? Essas pessoas, incapazes de perceber o charme da lua, costumam alardear que nós, ecologistas, somos fanáticos que preferem planta e bicho do que gente. Sou desses. Por isso que, no lugar de um filho, eu vou ter mesmo é uma tartaruga. Bem melhor. Quando ela estiver incomodando muito é só colocá-la virada para cima embaixo da cama e deixar lá até a chateação passar. 

A natureza é tão bela e acolhedora. Se eu pudesse, ficava o dia todo subindo morro nas chapadas. Sim, sim, eu sei que são duas horas de subida para admirar uma paisagem por dois minutos e tchau. Mas, são nesses dois minutos que a gente consegue perceber a eternidade num grão de areia e entender todos os poemas jecas de Drummond. São dois minutos de silêncio, comunhão e sensibilidade que vão render inspiração para várias legendas no Instagram. Há aquelas pessoas que não acampam por causa das muriçocas e da falta de conforto. Pobres seres humanos que preferem ar condicionado do que o ar puro. O que são picadas de insetos comparadas ao contato com a natureza em um lugarzinho no meio do nada com sabor de chocolate e cheiro de terra molhada?

Lembrei do episódio do Simpsons que se passa no Rio de Janeiro. O Secretário de Turismo esperneou e achou um insulto eles colocarem macacos passeando pela cidade. Pois eu gosto mais daquele Brasil. Bem melhor macacos do que traficantes ou menino de boné de aba reta John John. Quem não sabe mensurar o valor do amor de um animal, sugiro que assista ao filme "K9 – Um Policial Bom Pra Cachorro". Em um ato de heroísmo, dignidade, paixão, defesa, sinceridade e emoção, o cão pula em frente a uma bala de revólver para salvar o seu companheiro. Toda vez que eu vejo essa cena meu rosto se umedece com lágrimas que caem belas e delicadas como gotas de orvalho na grama.

Tenho realmente pena das pessoas que não sabem o valor de bater um papo com uma samambaia. Essas pessoas que não conseguem sentir a emoção de sair na chuva sem guarda-chuva e colher flores no campo. Esses que nunca alcançaram a felicidade suprema de rolar na terra com o cachorro ou ensaiar cantigas com os passarinhos. Uma gente sem coração que escolhe uma vida carnívora e gás carbônica. Uma vida sem miau-au-au etc e tal. Uma vida sem votar no deputado que posa ao lado de um cachorro. Uma vida sem verde, sem amor, sem estrelas cadentes.

Entre vocês e a lontra? Eu fico com a lontra. Agora chega de texto porque é hora de pintar meu arco-íris de energia, pra deixar o mundo cheio de alegria.

Igor Luz

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