sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eu voto em Livian Aragão

By Tavares 512   Posted at  05:48   Ihqueabuso













Estou acompanhando com um desinteresse profundo o debate político desse segundo turno. Não, não assisto aos discursos deles na televisão. Estou muito ocupado acompanhando, animadamente, com um balde de pipoca, as envolventes tramas da novela das 7 e as divertidas confusões de A Fazenda. Também não tenho tempo para ler o noticiário político na Internet. Ao invés disso, lá estou eu, no site EGO, acompanhando a carreira musical do meu ídolo Livian Aragão, filha de Didi. Prefiro as brigas de Casos de Família do que as brigas entre o PT e o PSDB. Prefiro saber quem passeou na orla de Copabana no fim de semana do que saber os compromissos de Dilma para esta sexta. Prefiro ficar por dentro da vida amorosa de Deborah Secco do que ler sobre as propostas de Aécio.

Meus amigos, que são muito mais inteligentes do que eu, discutem política de uma forma muito mais madura e séria. Sinto orgulho e uma pitada de inveja sempre que eles começam a conversar sobre privatizações, carreiras políticas, citam artigos da Forbes e, vez por outra, soltam o nome da Petrobrás no meio do papo. Eu fico voando. Por vezes, eles mandam um enigmático “há muito mais por trás disso que vocês imaginam”, e eu fico bestinha com o poder do conhecimento. Até tentei acompanhar o papo, mas outro grupo de amigos estava discutindo qual roupa para usar na Chopada de Medicina, e eu logo fui abduzido para aquele outro mundo em que a decisão entre calça ou bermuda se tornou bem mais interessante do que 13 ou 45.

Outras coisas que não consigo entender patavinas são as listas. Enquanto meus amigos discutem com visível responsabilidade de cidadão os 13 motivos para não votar em Dilma, eu estou nos blogs sobre relacionamentos lendo com profunda atenção os 10 sinais de que ele não está mais a fim de você. Enquanto eles estão listando os maiores casos de corrupção na história do país, eu estou fazendo meu TOP 5 filmes da Sessão da Tarde. Meus amigos também reclamam com profundo desgosto dos cavaletes dos políticos espalhados pelas ruas. De fato, eu me incomodo muito mais com cocô de cachorro.

Sempre achei a obrigatoriedade do voto uma tolice. Meus amigos, que são muito mais espertos do que eu, falaram que votar é um direito democrático. Posso, então, ter o direito democrático de não votar? Eu preferia estar empanturrando-me de cerveja e mortadela do que ir lá escolher o futuro presidente do Brasil. Preferia estar cochilando com um filete de baba caindo delicadamente sobre a camisa enquanto eu assisto a Faustão do que optar entre Dilma e Aécio. Até eu, que sou um ignorante político, sei que a gente tem a opção de votar nulo ou em branco. Mas eu não queria interromper minha mortadela com limão por nada.

No fim, eu tinha decidido votar em Aécio porque ele é mais bonito. Depois, eu decidi mudar pra Dilma porque alguns eleitores do PSDB chamaram os nordestinos de pobres ignorantes. Posso até ser tudo isso mesmo, mas não gosto que apontem os meus defeitos na minha cara. Depois de tanta indecisão, escolhi um modo saudável para escolher o meu presidente: voto punitivo. O grupo partidário que mais encher o meu saco, tentando me tirar das tramas de Geração Brasil, marcando-me em postagens e mandando argumentos para eu votar em fulano ou beltrano, perde o meu voto. Por enquanto, as definições de chatice foram atualizadas e estão empatadas. No sábado, antes das eleições, e depois de conferir Alexandre Nero em Império, faço uma análise do grupo mais insuportável. Aí vou lá e voto no concorrente. 

Mas, mudando de assunto aqui rapidinho, cês viram o barraco entre Diego Brito, Roy e DH, com pisão no pé e gritos, em A Fazenda? BABADO! 

Igor Luz

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