quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quibe Cru

By Tavares 512   Posted at  07:11   missaogourmet













Eu e "uzamigo" nos reunimos na última quinta-feira para fazer o que mais gostamos. Falar mal do povo. Mentira. Verdade. Mentira. E tomar uns bons drink, claro. Discutimos sobre os nossos projetos, dos antigos, dos presentes e dos futuros. Falei dessa coluna que aqui assino, das dificuldades e das alegrias. Deste processo que envolve desenvolver receitas dentro d’uma determinada perspectiva gastronômica, de elaborar os textos com o meu humor real e, sobretudo, com a minha personalidade, sem charlatanices e fingimentos. De testar as receitas e fazer uma análise sincera delas. Da necessidade do "fi-de-beck" das lynda, dos desafios de não soar preconceituoso e de manter a linguagem dentro do formato que a internet exige. Do quanto fico satisfeito em me envolver com duas coisas que gosto tanto: escrever e cozinhar/comer. E outro desafio: tentar ser breve, eu falo "bagarai" e não é todo mundo que tem paciência de ler texto de 24 parágrafos. 24 porque sim. Acho cabalístico.

Quando combinamos o encontro, delegamos quem levava o que beber e o que comer. Claro que fiquei com as vezes do petisco. O Missão de hoje se atém, então, a descrever o cumprimento da meta daquele dia que era de silenciar o RONC do estômago do povo que eu ouvi enquanto me delongava.

A receitinha daquela noite foi um quibe cru, herança dos imigrantes sírio-libaneses em terras brazucas. É barato, rende bem, e pra quem é resistente à ideia de comer carne crua ou se sobrar a versão crua já que deve ser somente consumida logo após o preparo, a mesma receita pode ir ao forno que fica - pega na orelha, Gugu Liberato, e diz “daqui, ó” - diliça. 

Vamos ao que interessa. Você deve hidratar o trigo para quibes lavando-o bem e reservá-lo úmido por 30 minutos – esse tempo pode variar conforme o produto. Eu usei uma xícara e meia dele pra uma porção para 4 pessoas. Não precisa deixá-lo imerso em água como a maioria das embalagens sugerem, nem hidratá-lo por tempo demais, pois é importante manter certa crocância.

Use um quilo de carne de boi de primeira moída. A versão original usa carne de cordeiro/carneiro. Sugiro coxão mole ou patinho sem nervos e sem gordura e que deve ser moído por duas vezes. Você pode processar/moer a carne em casa se preferir, pois quando moída no açougue a carne perde frescor. Você deve também adquiri-la no dia em que for preparar a receita. Eu costumo deixar a carne no freezer por uns 30 minutos para que resfrie e ganhe melhor textura e pra manter a massa mais homogênea, mas não é pra congelar não, viu, "fius".

Escorra bem o trigo e esprema-o para retirar todo o excesso d'água. Junte ao trigo a carne, uma cebola ralada e uma picada, pimenta do reino moída (na hora de preferência), pimenta cominho, pimenta síria e um pouco sal. Pra variar não resisti e usei um dente de alho amassado. Love alho <3. Amasse tudo até que ganhe consistência de massa. A acidez da cebola ajudará a cozinhar a carne. Por último, acrescente as ervas (cebolinha, coentro e hortelã) picadas. Uso bastante delas, em média um maço de cada. Quando for servir, regue com azeite extra virgem e suco de limão. Nhame nhame.

Dannillo Rocha


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