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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Missão Gourmet: Quiche de Espinafre e Queijo

By Tavares 512   Posted at  11:15   missaogourmet











A receita da semana do Missão Gourmet foi testada e levada de presente às minhas queridas Michele do Carmo e Ellen Lapa no coffee break de lançamento do blog de moda Quase Blogueiras delas, nesta última terça-feira.

Poderia dizer que sou suspeito a falar das moçoilas, mas as conheço bem e digo seguro o quão são super profissionais e o quanto aposto no projeto. Mi do Carmo é uma das minhas melhores amigas e a amo, respeito e admiro muito, como mulher, como amiga, como profissional, como companheira de levantamento de copo, pela vibe sempre corajosa e de mulher livre, pela generosidade... Vou parar por aqui que já tô imaginando os whatsapps enciumados e ela sabe bem do meu amor. Ellen conheci por intermédio de Mi (que só tem trazido gente linda pra minha vida) e desde então a aprecio também pelo seu trabalho, sua objetividade e sinceridade e por sua personalidade única.

As presenteei com uma quiche de espinafre e queijo. Sim, é A quiche, substantivo feminino. Descobri só depois que Ellen não curte vegetais/legume/frutas. Como ela sobrevive e mantém ainda assim os pernões, o cabelo e pele tão saudáveis eu não sei. Vá comer umas beterrabas menina. Puxo a orelha mesmo!

Vamos a receitinha.

Para a massa usei 2 xicaras de farinha de trigo e 100 gramas de manteiga sem sal gelada. Que deve ser misturada com as pontas dos dedos até formar uma farofa. Use APENAS as pontas dos dedos, a palma da mão vai aquecer a manteiga e será mais difícil conseguir o ponto desejado. Bata com o fouet uma gema, 4 colheres de água gelada e sal e adicione aos poucos à massa até ela ficar relativamente homogênea. Não é necessário sovar nem abrir com um rolo. Forre o fundo e as laterais de um refratário com a massa, de preferência uma de fundo removível. Não é necessário untar. Fure a massa com um garfo e leve a geladeira por uns 30 minutos.

Eu particularmente receio preparar massas, porque elas geralmente precisam de medidas corretas, de tempo de forno específico, mas essa não é de se assustar. O ponto da massa você encontra fácil, não precisa sovar, nem deixar crescer, e o tempo de forno você percebe que tá exata quando dourar etc.

Agora o recheio que você pode variar à seu critério.

Ferva a água com sal e só quando estiver borbulhando adicione o espinafre. Apenas espere a água levantar fervura novamente e escorra. Quando esfriar retire o excesso de umidade espremendo as folhas e pique-as.

Numa outra panela refogue no azeite cebola e alho e acrescente o espinafre. Retire do fogo e acrescente os queijos de tua preferência. Eu usei um bom parmesão e mussarela mesmo. Você pode substituir por ricota, gruyère, etc. Adicione também dois ovos, 1 lata de creme de leite, um pouco de noz moscada, pimenta do reino e sal.

Leve a massa por 10 minutos ao forno pré aquecido a 180º, depois deste tempo, retorne e despeje o recheio e cubra com queijo ralado. Asse por mais uns 30 minutos ou até que fique dourada. Bon appetit!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Risoto de Pequi e Linguiça Toscana

By Tavares 512   Posted at  05:22   missaogourmet











Começou a aparecer nas feiras livres daqui de Vitória da Conquista um fruto que é tipo Banda Calypso, Jorge Vercilo, Justin Bieber, o coentro, a salsa e o Campari: ou você ama ou você odeia. Eu fico com o pequi, o coentro, meu rico Veuve Cliqcuot e com a Madonna - alok. Não estou certo se o pequi é facilmente encontrado e se é popular em toda a Bahia, mas aqui no sudoeste baiano ele sempre apareceu como fonte da forte influência da fronteira próxima com Minas, onde é símbolo de sua culinária junto com o pão de queijo, o angu e etc. E tem pequi em diversos lugares, mas não quero delongas aqui, então pesquisa pra saber onde tem, mas já deixo a dica de que tem onde existe cerrado (Barsa, obrigado pelo conhecimento).

Se fôssemos tentar decodificar a culinária de Vitória da Conquista e região, acredito que ela estaria mais próxima da comida caipira-sertaneja tradicional mineira do que da reconhecida como tipicamente baiana como a produzida lá no Recôncavo. É óbvio que, por estarmos na Bahia, mantemos uma ligação forte com essa matriz de legado africano e não nos falta essa mistura de encantos e axé. 

Essa é uma leitura minha e talvez eu não esteja sendo suficientemente coerente. Mas me baseio basicamente na comparação da disponibilidade dos pratos/ingredientes às mesas daqui e de lá. Por exemplo, por não estarmos numa faixa litorânea, os frutos do mar são um pouco menos acessíveis e aparecem menos no nosso cotidiano. Outros, apenas por uma questão meramente cultural, não são tão populares, como a maniçoba que é um prato raro encontrar por aqui. Já o pequi é pouco comum/apreciado pelo Recôncavo e assim vai. Os lugares mudam, aí as comidas mudam, os sabores, combinações, as pessoas… 

Eu sempre fui admirador da comida caipira e, além de ser um "baieiro" (baiano + mineiro, pra quem não se ligou no neologismo) influenciado por esta questão sociogeográfica, houve a influência de parentes baianos que foram morar em Minas Gerais e potencializaram esse intercâmbio de receitas e matérias-primas.

Deixemos de bla-bla-blá e vamos à receita. 

Risoto de Pequi e Linguiça Toscana

Como todo risoto, ele precisa antes de um bom caldo. Há quem, por praticidade, prefira diluir caldos daqueles em tabletes em água, mas sou sempre a favor de preparar um caseiro. Não seja rígido neste sentido; use os legumes/carnes que preferir/tiver disponíveis. Os tradicionais geralmente levam salsão, cenoura, cebola, ervas e sal a gosto. Procure não usar ingredientes demais para que o caldo não se transforme numa confusão de sabores, e a minha dica é adicionar umas duas colheres de sopa de um catchup de boa qualidade. Sim, catchup! É uma das poucas utilidades do molho na minha cozinha. 

Refogue bem 250g de linguiça toscana picada sem a pele e sem o excesso de gordura. Adicione cebola e alho picados e algumas unidades de pequi. Prefira retirar o fruto da polpa apenas na hora de consumir, assim ele manterá o perfume e sabor. Adicione um pouco do caldo para que cozinhe o pequi e, quando secar, refogue o arroz. Adicione uma taça de vinho branco e deixe evaporar o álcool. Aqui você pode substituir o vinho por uma dose de uma boa cachaça. Vá adicionando o caldo aos poucos. Coloque uma concha e vá mexendo até o arroz absorver bastante o líquido, para então adicionar outra porção de caldo. Siga este processo até que o arroz esteja al dente e cremoso. Por fim, adicione algumas gotas de limão, duas colheres de sopa de manteiga, queijo parmesão ralado e salpique cheiro verde da tua preferência. É importante ter em mente que mesmo depois de retirar do fogo, o calor residual continua a cozinhar o risoto e ele pode ficar "papado". 


Bão demais, sô.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Cinema & Gastronomia

By Tavares 512   Posted at  04:33   missaogourmet











Certa vez me pediram indicações de livros que abordassem o tema gastronomia. Acredito ser um bom leitor, mas também tenho que assumir não ter em minha estante uma grande variedade de livros sobre. Adoro romances e diria que é meu gênero favorito. Não gente, romances não são basicamente as histórias de amor, ainda que eu as adore. Amo Sabrina, Emanuelle, mas me refiro aqui aos textos em prosa e que envolvem personagens e o desenvolvimento de uma trama. 


Eu poderia aqui elencar os trechos dos meus romances favoritos ou os que me marcaram quando descrevem pratos, ingredientes, os modos de preparo ou as sensações que provocam. Lembro de diversos dele agora, mas me lembro lembrei de filmes. Como uma cena de "Cidade dos Anjos", de Brad Silberling, em que Nicolas Cage, um anjo apaixonado que desconhece sensações humanas pede a sua amada, a cirurgiã Maggie Rice, interpretada por Meg Ryan pra descrever como é uma pera. E ela responde: "Suculenta. Macia ao paladar, granulosa tipo areia doce dissolvendo na boca". Ai gente, me derreto.


Lembro também de "Comer, Rezar e Amar", livro best-seller de Elizabeth Gilbert que virou filme estrelado por Julia Roberts. A história é o relato da própria autora das suas andanças pelo mundo em busca de redenção após um doloroso divórcio. Um trecho do livro/filme, "Comer", é dedicado à sua passagem pela Itália e suas experiências gastronômicas. O filme é ok, mas as descrições do livro, da entrega da personagem àqueles momentos de prazer sem demasiada preocupação com o espelho são reconfortantes. Neste duelo típico livro/adaptação em filme, o livro ganha fácil . 

Outra cena memorável do cinema de gastronomia é a do filme Ratatouille, onde o ratinho Remy aspirante a chef e o parceiro Linguini, um humano ajudante de cozinha, conseguem arrancar lágrimas de um temido crítico gastronômico turrão ao fazê-lo lembrar da comida de sua mãe. Também me vem à mente A Festa de Babette, filme ganhador do Oscar de Melhor Filme estrangeiro. Todo o filme circula em volta dos esforços e do investimento pessoal de Babette ao elaborar e oferecer um banquete francês aos moradores de um simples vilarejo dinamarquês. O filme é uma aula de gastronomia absurda. 


E finalmente nesta lista não poderia faltar "Julie & Julia", não por ser um filme grandioso, mas por ter mudado minha perspectiva sobre cozinhar. O filme baseado em fatos reais retrata a história da famosa chef e apresentadora de TV Americana Julia Child, interpretada por Meryl Streep (aqui, mais uma vez indicada ao Oscar). Julia Child desafiando sua pouca habilidade em cozinhar se inscreve na renomada escola de culinária francesa Le Cordon Bleu e isso não lhe rende apenas um diploma de chef, mas uma respeitada enciclopédia de gastronomia além de popularizar nos EUA a até então inacessível culinária francesa. Ao mesmo tempo no filme é contado em contraponto a história de Julie Powell, uma simples secretária que decide preparar todas as receitas do livro de Julia Child e relatar suas experiências num blog. Depois de assistir este filme senti vontade de sair cozinhando o mundo. E de lá até cá, não mais parei de me interessar por este universo.


É, isso aqui era pra ser uma lista sobre livros, mas não consegui não me render aos filmes, minha memória fotográfica falou mais alto. Prometo que num próximo Missão Gourmet me atenho a elencar uma listinha de livros.

Dannillo Rocha

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Lasanha é Amor

By Tavares 512   Posted at  10:31   missaogourmet












Se fosse pra fazer um ranking das comidas mais apreciadas pelos brasileiros, certamente o topo se dividiria entre a feijoada, o churrasco e a lasanha. Certamente, também, uma das comunidades do falecido Orkut com tantos integrantes quanto o "Tocava e corria" e "Odeio acordar cedo" era a "Eu amo lasanha". Exceto esse provável parente do Aécio que inclusive me deixou chocadíssimo nesta manchete. 

 

Eu também sou fã e pretendo desenvolver aqui minha versão de uma receita alternativa da tradicionalíssima que assisti uns meses atrás no programa do Claude Troisgros na GNT, o "Que Marravilha - Revanche”. Neste episódio, uma brasileira casada com um italiano prepara a receita que aprendeu com sua sogra italiana. Eu tentei a repetir a receita em casa meio desconfiado com as possibilidades de ingrediente que tinha disponível e admito que me surpreendi. 

Doure alho e cebola. No processador, bata uma cenoura e 1 talo de aipo, uns 3 tomates sem pele e sem semente e refogue também. Na falta do aipo, que é incomum por aqui, eu esquisei como substitui-lo (o que me pareceu uma substituição meio esquizofrênica, mas que deu certo): alguns talos de acelga. Depois de bem refogados, junte por volta de 700 gramas de carnes, divididas em linguiça toscana, lombo de porco e carne bovina moídas. Use ervas do teu gosto: alecrim, tomilho, sálvia, orégano, manjericão, salsa, coentro, cebolinha. Tempere com sal e pimenta e noz-moscada. Adicione uma taça de vinho tinto seco e cozinhe até evaporar todo o líquido. Use uma caixa de molho de tomate de boa qualidade da sua preferência e deixe reduzir um pouco. Adicione 500ml de leite ao molho. Sim, minha gente, eu disse “leite”. Eu achei que era loucura quando vi na receita, mas como era dica de uma tradicional família italiana, eu confiei e mandei ver. Cozinhe em fogo brando e vá adicionando mais 500ml leite aos poucos até garantir um tempo de cozimento entre 1 hora e meia, 2 horas. Este tempo de cozimento largo é importante, pois reduz a acidez do molho. Inclusive para quem geralmente confia apenas em adicionar um pouco de açúcar ao molho de tomate pra reduzir acidez, saiba que cozinhar por um bom tempo é importantíssimo. Eu não sei se é loucura da minha cabeça, mas percebo que quando refogo as carnes e vegetais e rola aquele "pregadinho" no fundo da panela, a acidez fica menos expressiva. 

Além do molho de tomate, eles usam molho bechamel, vulgo molho branco: 2 colheres de sopa generosas de manteiga, eu como amo alho geralmente refogo um dente pra depois dourar 2 colheres de sopa de farinha de trigo. É importante dourar bem a farinha pra que o molho não tenha sabor de trigo. Cozinhe 500ml de leite e deixe engrossar mexendo bem. Finalize com creme de leite fresco e parmesão e deixe esfriar. O molho deve ter aparência consistente e não líquida. 

Na receita original, eles preparam a massa fresca e à ela adicionam espinafre processado. Pra não me delongar, sugiro dar um Google numa massa fresca que, apesar de assustar as pessoas, não dá tanto trabalho quanto se imagina. Se você quiser ser prático, use massas secas mesmo que o resultado também é super satisfatório, ou berinjelas grelhadas, que também podem ser empanadas. Já fiz todas estas possibilidade e ó: lasanha é amor. Fim


Monte a lasanha, revezando o molho bolonhesa, molho bechamel, a massa de sua preferência, queijo mussarela/parmesão, e deixe para a última camada bastante bechamel e os queijos. Leve ao forno e deixe gratinar por 40 minutos a 180 graus.


Dannillo Rocha

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Conserva de Pimentas

By Tavares 512   Posted at  09:22   missaogourmet









Domingo a gente tem que ir às urnas votar de novo. Certamente famílias e amigos se reunirão depois de ter apertado o botão CONFIRMA para um rango e aquela cervejinha que compraram num estabelecimento que não seguiu às normas legais. Gente muito bem articulada - #sqn - com tudo que leu no Facebook discursará por horas. Você achou que, com o fim das eleições, não teria mais que lidar com esse tipo de situação. Migo, me abraça porque vai voar muita pena virtual ainda até o povo esquecer que a vida continua. E alguns jamais desistirão. Eles vão perseverar e desejarão voltar no tempo e publicar mais textão, porque tava pouco, achando que convencerão um número maior de amigos a votar no seu candidato. 

Eu indicarei hoje aqui uma iguaria maravilhosa pra oferecer a todas as pessoas que te fizeram virar os olhos de preguiça: pimenta! Por que no tabuleiro da baiana tem... Pode acabar até o acarajé, o vatapá, mas pimenta sempre tem sobrando, minha gente. Se bem que, pensando um pouco melhor, eu sou tão aficionado por pimenta, como todos os dias, além de ser um ingrediente que ajuda o organismo a gastar umas calorias a mais, logo, seria controverso oferecer àquela criatura que continuou te marcando em 32 publicações sobre o mesmo assunto mesmo sem você ter comentado ou curtido uma publicação sequer. Pimenta seria refresco sim. Mas controvérsia é a palavra mais adequada a este momento político, então tá valendo. 

Pra uma boa conserva de pimenta - que é a receita de hoje, Palmirinha -, é importante a esterilização dos frascos que armazenarão as marvadas. Você pode reaproveitar embalagens de outras conservas, e se persistir algum odor mesmo depois de lavá-las bem, a dica é usar uma solução de água, bicarbonato e álcool. Para esterilizar, você depois deve ferver os vasilhames juntos com as tampas que terão que ficar submersos na água por volta de 20 minutos. Para evitar que o vidro quebre, coloque um pano de algodão limpo de modo a não permitir o contato com o fundo da panela. Não seque os frascos e evite qualquer contato com suas mãos. 

Selecione uma boa quantidade de pimentas e crie um mix de cores a gosto. Pergunte aos fornecedores quais as mais quentes e adeque-as de acordo seu paladar. Retire os cabos das pimentas e lave-as bem. Deixe numa salmoura de um dia pra outro e cubra com algum peso para evitar que flutuem nessa solução. Este processo "ativará" as pimentas e fará com que elas se mantenham imersas na conserva. Lave-as novamente e faça pequenos furos com um garfo ou faca. Ferva uma mistura de 1 uma embalagem de vinagre, um copo de água e uma colher rasa de sal, adicione as pimentas e cozinhe por 5 minutos. Você pode adicionar ervas, vegetais a gosto: alho, louro, sementes de mostarda, pimentas em grãos... Brinque com os sabores que gosta, mas lembre que eles podem encurtar a vida útil da conserva. Não cozinhe por tempo demais para não amolecê-las e também de forma a evitar que o vinagre perca acidez. Quando preencher os frascos com as pimentas, estas não devem tocar a tampa e têm que ficar submersas no caldo. Todos estes processos são para manter a conserva segura para consumo.Tampe bem e mantenha o recipiente em lugar seco e protegido da luz por umas quatro semanas. Uma vez aberto, conserve na geladeira. 

Se pretende usar azeite lembre que ele não possuiu os agentes bactericidas do vinagre e pode ser perigoso pra sua saúde. Esta aí sim pode servir pros inconvenientes de plantão. Brinks. Pronto, agora é só jogar nos olhos das inimigas ou fazer um estoque pro próximo #ogiganteacordou. Muáck

Dannillo Rocha

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Patê de Berinjela com Cream Cheese

By Tavares 512   Posted at  07:05   missaogourmet










Ontem, 15 de outubro, foi Dia dos Professores e também aniversário da minha mainha. Coincidentemente ela nasceu no dia do aniversário do meu avô, há 66 anos. A primogênita, o presente. Revelo a idade porque ela não vai saber que tornei público. Não vai ler isso aqui porque não é obrigada e mal sabe segurar um mouse. Também não acredito ser um problema pra ela eu dizê-lo, pois sempre fica toda exibida quando as pessoas dizem que ela aparenta mais jovem. 

Minha professorinha da vida nunca pareceu muito empenhada em me ensinar nada. Digo, pareceu, porque sim, a didática dela é um pouco incomum. Minha mama não é daquela típica italiana que faz drama e braveja discursos e lições. Diz que ama apenas em momentos muito especiais, não pega no colo pra dengar, não contou histórias pra dormir. Nunca me deu chineladas nem cascudos apesar de eu ter merecido. Silenciosamente, delicadamente, intuitivamente, educou sozinha e ama a mim e meus outros dois irmãos do seu jeitinho. 

E foi observando ela cozinhar e sendo nutrido por seu afeto e sua comidinha que aprendi a gostar de ficar no pé do fogão. Também por uma questão de necessidade - por ela trabalhar muito sempre, nos incentivou a nos virar sozinhos. Diálogo típico: “- Mãe, tô com fome. - Caga na mão e come." Mentira. Verdade. Mentira.

Se me perguntarem que ela me ensinou a preparar, não saberei responder de prontidão. Não tenho memória de aulas e passo a passos, nem técnicas, nem receitas, mas seguramente foi com ela que desenvolvi meus dotes culinários e meu paladar. Com ela que aprendi a ter curiosidade de provar sem pudor e frescura qualquer variedade de sabor. Amo jiló, amo quiabo, rabanete, rúcula, cebola crua, provo qualquer legume, verdura, manda buchada, rabada, moela... Traço tudo. 

Diferente de mim, ela não consegue gastar horas na cozinha, primeiro porque não tem paciência mesmo, segundo porque "o botijão de gás não tá durando um mês,menino". Não costuma achar muito coerente investir uma grana a mais em algum ingrediente pois "não vê diferença". Sempre (eu disse sempre) traz do mercado algo que pedi em uma quantidade menor pra economizar. Mal sabe segurar um mouse, mas a senha do cartão do ticket alimentação ela segura com força. 

Como era aniversário dela perguntei o que ela gostaria de comer. Também perguntei o que ela queria ganhar de presente. Não só perguntei como a levei até a loja que ela achou conveniente e não corremos riscos. Ela gosta das coisas muito a seu modo, seguindo os seus critérios, detesta surpresas, é dominadora. Na comemoração dos seus 60 anos, bolamos uma festa surpresa, ela quase colocou os convidados pra fora e pediu pra não inventarmos uma dessa mais nunca. 

Dessa vez também não quis festa, pediu que eu preparasse alguns petiscos caso algum convidado chegasse. Em todo evento aqui em casa nesses moldes ela pede pra que eu faça um patê de berinjela que inventei um dia com o que tinha na geladeira. Todo mundo adora, mesmo quem não curte o legume. 

É super simples. Refogue em azeite, uma cebola, uns dois ou três dentes de alho amassados e uma berinjela cortada em cubinhos bem pequenos. Tempere com sal e pimenta. Refogue bem até que a berinjela fique escura e amoleça um pouco. Retire do fogo e acrescente uma caixa de cream cheese, umas duas colheres de creme de leite e outra de tahine, que é uma pasta de gergelim muito usada na cozinha árabe e que vale a pena ter em casa. Tempere com as ervas que preferir e coloque pra resfriar. Eu costumo usar orégano basicamente. Há quem prefira processar o patê, eu gosto de sentir a textura dos pedaços da berinjela. 


Por ser aniversário da minha mãe, certamente todo mundo imaginou uma receita de preparo complexo e sofisticado. Mas esta é a cara da minha que gosta de comida prática e nada presunçosa.

Dannillo Rocha

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Quibe Cru

By Tavares 512   Posted at  07:11   missaogourmet












Eu e "uzamigo" nos reunimos na última quinta-feira para fazer o que mais gostamos. Falar mal do povo. Mentira. Verdade. Mentira. E tomar uns bons drink, claro. Discutimos sobre os nossos projetos, dos antigos, dos presentes e dos futuros. Falei dessa coluna que aqui assino, das dificuldades e das alegrias. Deste processo que envolve desenvolver receitas dentro d’uma determinada perspectiva gastronômica, de elaborar os textos com o meu humor real e, sobretudo, com a minha personalidade, sem charlatanices e fingimentos. De testar as receitas e fazer uma análise sincera delas. Da necessidade do "fi-de-beck" das lynda, dos desafios de não soar preconceituoso e de manter a linguagem dentro do formato que a internet exige. Do quanto fico satisfeito em me envolver com duas coisas que gosto tanto: escrever e cozinhar/comer. E outro desafio: tentar ser breve, eu falo "bagarai" e não é todo mundo que tem paciência de ler texto de 24 parágrafos. 24 porque sim. Acho cabalístico.

Quando combinamos o encontro, delegamos quem levava o que beber e o que comer. Claro que fiquei com as vezes do petisco. O Missão de hoje se atém, então, a descrever o cumprimento da meta daquele dia que era de silenciar o RONC do estômago do povo que eu ouvi enquanto me delongava.

A receitinha daquela noite foi um quibe cru, herança dos imigrantes sírio-libaneses em terras brazucas. É barato, rende bem, e pra quem é resistente à ideia de comer carne crua ou se sobrar a versão crua já que deve ser somente consumida logo após o preparo, a mesma receita pode ir ao forno que fica - pega na orelha, Gugu Liberato, e diz “daqui, ó” - diliça. 

Vamos ao que interessa. Você deve hidratar o trigo para quibes lavando-o bem e reservá-lo úmido por 30 minutos – esse tempo pode variar conforme o produto. Eu usei uma xícara e meia dele pra uma porção para 4 pessoas. Não precisa deixá-lo imerso em água como a maioria das embalagens sugerem, nem hidratá-lo por tempo demais, pois é importante manter certa crocância.

Use um quilo de carne de boi de primeira moída. A versão original usa carne de cordeiro/carneiro. Sugiro coxão mole ou patinho sem nervos e sem gordura e que deve ser moído por duas vezes. Você pode processar/moer a carne em casa se preferir, pois quando moída no açougue a carne perde frescor. Você deve também adquiri-la no dia em que for preparar a receita. Eu costumo deixar a carne no freezer por uns 30 minutos para que resfrie e ganhe melhor textura e pra manter a massa mais homogênea, mas não é pra congelar não, viu, "fius".

Escorra bem o trigo e esprema-o para retirar todo o excesso d'água. Junte ao trigo a carne, uma cebola ralada e uma picada, pimenta do reino moída (na hora de preferência), pimenta cominho, pimenta síria e um pouco sal. Pra variar não resisti e usei um dente de alho amassado. Love alho <3. Amasse tudo até que ganhe consistência de massa. A acidez da cebola ajudará a cozinhar a carne. Por último, acrescente as ervas (cebolinha, coentro e hortelã) picadas. Uso bastante delas, em média um maço de cada. Quando for servir, regue com azeite extra virgem e suco de limão. Nhame nhame.

Dannillo Rocha


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Heresias à Mesa

By Tavares 512   Posted at  11:25   missaogourmet












O desafio dessa semana foi dado por Iulo Almeida, mestre em Letras, baiano mas residente em Curitiba, e que pediu dica, coisinha, para os leitores desatentos sobre as boas maneiras e que eu sugerisse ideias de como sermos elegante à mesa.

Início de mês. Você recebeu o salário. Dessa vez você venceu a batalha com a planilha do Excel com suas despesas e milagrosamente sobrou um dinheirinho - em vez de dias no seu mês laboral. Você que já tá pouco magro se anima em investir naquilo que mais gosta de fazer além de dormir: comer. Mas dessa vez você quer uma experiência diferente, quer se mimar e se dar o luxo de ir num restaurante bacanudo. Você tá com desejo de algo mais elaborado do que aquela costela suína mal executada besuntada em molho barbecue que seu amigo sugeriu da última vez. 

Você tem em mente a palavra gastronomia e deseja um prato bem apresentado. A graça da iguaria não pode ser só aquele coentro picado ao redor do teu pedido muito menos ele pode levar uma rosa de tomate tipo aquela que sua avó costuma colocar do salpicão no Natal em cima. Você ficou na dúvida do que pedir e recorreu a sugestão do maître, tanto no prato principal como do vinho/drink que você confia que harmonizará corretamente com aquilo que deve ser chamado de qualquer coisa menos de rango. Na verdade você não ficou na dúvida do que pedir, você não entendeu mesmo o que tava escrito no cardápio. Ou se entendeu, ficou foi receoso de acabar escolhendo uma parmegiana ao invés dum carré de cordeiro.

O que aconteceu desde quando você pensou na palavra gastronomia foi que, além de se preocupar com o que iria comer e beber, você organizou na sua cabeça uma série de critérios. Eles possivelmente envolvem:

1) Como devo me portar nesse ambiente?

2) Como lidar com os talheres, taças e copos à mesa?

3) Com quem ir?

4) Será que vale mesmo a pena pagar?

Você pensou um pouco melhor e de antemão se sentiu desconfortável e oprimido pelas regras de etiqueta que não sabe ao certo se domina. O seu café da manhã você prefere mesmo que seja aquele servido no reaproveitado copo de extrato de tomate Cica. Por que então preferiria taças de cristal? Você pensa que seus amigos acham que você só que ir a um restaurante assim pra postar foto no Instagram e cutucar a sua ex-namorada por não tê-la levado jamais a um lugar assim. Eles pensam que vinho seco é algo que só se salva com umas colheradas de açúcar, e que sobram talheres pra uma comida que certamente não tapará o buraco do dente. 

Você não é capaz de imaginar o maître engravatado fazendo bolinhos com as mãos com aquele cimentinho caseiro de feijão+arroz+farinha coroado com um pedaço de carne e uma gota de molho pimenta. Você até deu um google nas dicas de Glorinha Kalil sobre como se portar, mas ainda não sabe o que fazer com aquele inesperado caroço de azeitona. E como poderá pedir um vinho tinto se acabou de pagar a última prestação do clareamento dos dentes?

O meu conselho meu amigo é: RELAXA A PERIQUITA! Em qualquer restaurante, os que ali trabalham estão disponíveis a te prestar assistência, eles não são pagos para ser a equipe de patrulha dos bons modos, e esperasse que eles estejam preparados pra conduzir você nessa experiência da maneira mais confortável e fluida possível. Como disse a gastronomia é pra ser uma experiência, vivenciada sem rigidez, é pra ser celebrada. Se você se interessa, é porque se entusiasma com as sensações que ela te proporciona, e isso deve se sobrepor a qualquer outra preocupação, seu herege, ridículo, sinistro que coloca o cotovelo na mesa.

A palavra heresia, de cunho religioso, tá aí pra provar que poucas coisas são mais sagradas do que uma refeição. Então tenhamos sensatez mas estejamos cientes que não nascemos sabendo de tudo. Eu poderia ter elencado aqui uma enciclopédia de dicas como os guardanapos (sempre de tecido) devem ficar ao seu colo e em que momento eles vão à mesa. O talher tal é pra isso, a taça tal é pra aquilo, pedir palito de dente tá proibido, comer com a boca aberta, ou fazer barulho com a sopa - se você o faz, é porque faltou porrada da mãe -, que azeite trufado não tá mais na moda e que só pode chocolate meio amargo. Os presentes darem as mãos e fazer uma oração em agradecimento ao alimento pode ser constrangedor e desnecessariamente chamativo.

Basicamente pra se desenvolver um senso gastronômico e perceber nuances entre preparo, degustação e inclusive de como se comportar, leva-se tempo. Ou seja, o que estou tentando dizer é que são necessários prática e interesse. Não adianta querer acelerar o passo da aprendizagem e nem esperar que conhecimento brote em árvore. Se dessem WiFi e conhecimento em árvore, o planeta estaria salvo. Querer ser correto demais à mesa sem a necessária vivência e conhecimento pode te fazer parecer ainda mais atrapalhado. É simples: seja você e enjoy the situation.

Dannillo Rocha

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Caruru

By Tavares 512   Posted at  06:53   missaogourmet






Fim de setembro. Tá todo mundo publicando no Face música do Tim Maia e a versão do Mauricio Manieri e pesquisou no Google uma imagem bem bonita de flores do campo pra colocar como capa do perfil. O Missão Gourmet está sintonizado na mesma estação e começaremos este post brindando a chegada da prima Vera. 

Amo peônias, flores de maracujá, bromélias, os ipês carregados sujando as calçadas, e a ideia de vocês imaginando que a receita de hoje será algo tipo um maravilhoso escondidinho de orquídeas selvagens. Sei que é comum o uso de flores comestíveis na gastronomia, mas o Missão Gourmet se encarregou de saciar a vontade do amigo e integrante do #team512, o jornalista Ígor Luz, com um baianíssimo caruru. 

Consigo conceber Ígor entusiasmado como a maioria dos baianos com as promessas de comer caruru e vatapá em setembro ao invés de estar preocupado em colher flores no jardim. Capaz dele até esquecer de usar a imagem correspondente do encarte do CD de Sandy & Junior (sua banda favorita) mas jamais deixará passar batido da memória as iguarias que comeu sentado às mesas de Cosme e Damião quando criança.

Imagino que independente da criação religiosa que tivemos, e independente de gostarmos ou não de caruru, vatapá, xinxim, independente de relacionarmos a comida a algum contexto religioso/ritualístico ou não, todos nós baianos lembramos que setembro é a época de destaque destas comidas.

Tentarei dar uma contextualizada na coisa, mas de antemão me desculpo por ser superficial já que o espaço não permite desenvolver o assunto, e apesar de toda prepotência que me cabe, nem manuais de história e de antropologia cultural serão capazes de preencher.

Os carurus são famosos por serem celebrados no dia 27 de setembro, dia dos santos católicos São Cosme e São Damião. A maioria das pessoas geralmente fica confusa neste período com o angu entre figuras católicas, do candomblé e da umbanda. Pra entendermos melhor precisamos separar as coisas.

Aquele texto batido da não homogeneidade da cultura brasileira e das influências das culturas africana, indígena, portuguesa, blablabla, que aprendemos na 3ª série, que deu nesta loucura religiosa, gastronômica, artística, blablabla, deliciosa que somos hoje. Pois é. É daí que vem coisas como caruru de Cosme e Damião que bebem de referências culturais distintas.

As casas de candomblé brasileiras mais tradicionais, diferentemente do que a maioria das pessoas pensa, basicamente não interagem com elementos cristãos, nem espíritas, kardecistas, nem com a tradição indígena. Sua fonte de referência majoritária são as tradições africanas. Claro que sua liturgia e ritualística por estar dentro de um contexto brasileiro e não africano se revela ou modifica a partir desta condição. Já a umbanda é proveniente do sincretismo de elementos do candomblé, com o catolicismo, espiritismo e elementos da tradição indígena. Aqui por exemplo os cânticos são cantados em português diferente do candomblé que são todos em iorubá. 

As divindades no candomblé são apenas os orixás, a personificação de manifestações de energias da natureza, já na umbanda há o culto a diversas entidades e espíritos, e também alguns orixás do candomblé. E as diferenças são inúmeras pra aqui listar, e eu estou com preguiça e com fome.

Agora tu pense, nesse Brasilzão que Deus nos deu, ou Olodumaré para quem preferir, gigante e diverso como é, quantas resignificações e reinterpretações de caruru não temos? Numa pequena porção da Bahia você encontrará diversas formas de prepará-lo, dirá nesta vastidão afora. Pra dificultar, todo texto sagrado nas casas de candomblé é transmitido através da oralidade, então não tem livrinho de receita não, não tem livreto pra acompanhar aquele cântico também. Em termos práticos as coisas não são necessariamente assim, mas é pra vislumbramos como a gastronomia que se desenvolveu a partir do candomblé possui certa maleabilidade pelo país.

Por isso aqui vou me ater somente a desenvolver a receita "mãe" do caruru, que é um preparado com quiabos, dendê, cebola e camarão seco, e não leva amendoim nem castanhas. É a minha versão favorita e ela necessita de uma variedade menor de ingredientes e acredito ser a que mais se aproxima de uma das versões dos terreiros mais tradicionais. Recebe o nome de Amalá e é a oferenda mais comum dada a Xangô, o orixá do fogo e da justiça. E, por favor, cês me parem com palhaçada e não vão pensando que tô dando aqui passo a passo de feitiço. No candomblé, todo encantamento depende dos princípios e rigores dos rituais e seus cânticos.

Receita

Refogue uma cebola grande ralada numa panela com azeite de dendê, acrescente camarões secos inteiros umas 200 gramas, um pouco de gengibre ralado e então 800 gramas de quiabos cortados em cruz em fatias finas. Algumas pessoas reclamam da baba do quiabo, o segredo é usar quiabos jovens. Eu não sou muito a favor das técnicas que ajudem a reduzir seu excesso, mas pra quem persiste, indico que adicione suco de limão e água quente e escorra para então refogar. Outra possibilidade é adicionar um tomate picado enquanto refoga os danados. Mas o correto mesmo é cozinhá-los pelo tempo ótimo e mexê-los apenas em um sentido. Adicione mais 200 gramas de camarão seco processado ou em pó. Adicione água quente (pouca) e cozinhe até que as sementes fiquem rosadas.

Agora bate o tambor, passa debaixo de mesa, e fique surpreso como é descomplicado preparar um igual.

Dannillo Rocha

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Carne do Sol com pirão de leite, queijo coalho e requeijão

By Tavares 512   Posted at  10:52   missaogourmet












O desafio do Missão Gourmet da semana foi dado pela engenheira agrônoma jequieense, a retada, Debora Santos, vulgo Debinha. Retada tem que ser "merma" pra suportar aquele calor. Jequié é a terra do Sol, porque, sim, o Sol foi parido por aquela terra, e ainda deve estar acontecendo lá a gestação do Segundo Sol, não é mesmo Cássia Eller? É a única justificativa plausível. Retada, ela tem que ser também pra toda vez que for fazer um cadastro dizer pra moça da recepção que o Debora é sem acento mesmo. Eu padeço do mesmo mal com meu nome afrescalhado com tantos "n"s e "l"s. Sim, é D-a-n-n-i-l-l-o, minha gente. E há quem pense que eu acrescente letra pra dar um "gramur" à coisa que nem a gente fazia na época do Orkut. Mais retada ainda é Debinha por ter cursado agronomia. Profissão que nas empresas da área - se duvidar (infelizmente) - deve separar até cotas pra mulheres. Mas eu facilmente imagino ela mandando ver em cima de um trator gritando “SEGURAA, PEÃÃÃOOOO”.

Então vamo lá. Ela, como boa nordestina que é, desejou uma receita de pirão. Eu não sei exatamente como é o trabalho de nossa assídua leitora do Buteco512, mas a imagino íntima das vacas nas fazendas apelidando as pobres com os nomes das inimigas. 

Pirão --> Vaca --> Leite --> Queijo. Pimba! A delícia de hoje será um tradicionalíssimo, brasileiríssimo, reconfortante pirão de leite com queijo coalho e queijo manteiga acompanhado de carne do sol. A carne do sol, apesar da mais popular da Bahia ser oriunda de Itororó, aqui a minha receita homenageará Jequié, pois Jequié = Sol, risos. O queijo manteiga é o famoso nordestino requeijão (aqueles de barra, sabe?), não se espantem com o nome.

Receita

Para o pirão, refogue uma cebola em manteiga de garrafa. Na falta da manteiga de garrafa, substitua por manteiga mesmo. Procure usar a chama baixa para que a manteiga não escureça, nem doure demais a cebola para que o pirão tenha uma aparência mais clara. A receita tradicional não leva alho, mas eu não resisti e adicionei um dente amassado.

Adicione o leite frio e a farinha de mandioca que deve ser branca e fina. Para cada 100ml de leite, utilize uma colher de sopa de farinha. Use um fouet (se não sabe o que é, joga no Google) para desmanchar as pelotas. Deixe cozinhar em fogo brando pacientemente e apenas misture de vez em quando de maneira apenas a evitar que pegue/queime no fundo da panela. O segredo que aprendi para um bom pirão é evitar mexer persistentemente. Cozinhe até formar um creme não tão denso. Eu prefiro o pirão um pouquinho mais líquido/cremoso, pois quanto mais passa o tempo, mais ele ganha consistência. Com o fogo desligado, inclua uns 150g de queijo coalho e 150 de requeijão ralados. Não é aquele requeijão de copinho. É aquela bomba calórica pura manteiga em formato de queijo encontrado nas feiras por aqui. E se a magreza permitir, adicione um pouco mais da manteiga de garrafa pra adicionar brilho ao pirão. Como diria uma tia minha que é babadeira na cozinha: "o segredo de toda boa comida, é carinho, amor, afeto, e um pouquiiinhoooo de gordura". Acerte o sal tendo em mente que os queijos e a manteiga já são salgados.

A carne do sol é facilmente encontrada em supermercados e açougues aqui na Bahia e não necessita ser dessalgada. É a que eu utilizei na minha receita. Rola inclusive uma confusão sudeste abaixo entre o que é carne do sol, charque e carne seca. Posso estar equivocado, mas aqui acredito que somos capazes de reconhecer com facilidade as diferenças. Não vou detalhar, mas basicamente são usados cortes diferentes de carne em cada uma, e a quantidade de sal e o tempo de cura também varia. O charque/jabá, por exemplo, é de uma carne mais gorda e firme, e é bastante salgado.

Se você é uma pessoa dona de si e quer preparar você mesmo a sua versão da carne do sol, faça o seguinte: compre uma peça de contrafilé e espalhe sal refinado por toda a carne. Leve-a a geladeira num refratário lacrado por 24 horas deixando-a na prateleira mais baixa. No meio do processo, descarte a água da salmoura que se formou. Passadas as 24 horas, leve a carne ao congelador por uns 7 dias. Quando for preparar a carne depois de descongelá-la, lave-a retirando o excesso de sal, porque ninguém tá podendo com pressão alta e sódio no corpo retendo líquidos. Talvez seja necessário deixar a carne de molho em água antes de levar ao fogo.

Para dourar a carne, corte-a em filés altos e use a panela bastante quente, e prefira as antiaderentes. Eu aqui usei a manteiga de garrafa, mas pode ser um fio de azeite. Não trabalhe a carne, não fure, não a pressione, segure a onda e deixe ela na dela por cerca de dois minutos de cada lado. Isso preservará os sucos da carne e manterá suculência (redundância da lynda). Aquela carne que encontramos rotineiramente por aqui acompanhando arroz e feijão e salada de alface não é sequer uma carne bem passada. Aquilo é ponto de pedra, minha gente. Depois que perdi o preconceito das carnes um pouco mais avermelhadas, no ponto correto, descobri a grande diferença de textura e sabor entre carne mal passada, ao ponto e bem passada. E, te digo, carne bem passada tá com nada. Pode confiar no Titio Dann.

Pra finalizar, eu senti saudade de praia e dos vendedores com seus fogareiros de lata fumaçando na cara da gente, e montei o prato com queijo coalho grelhado com um pouco de melaço de cana. Já coloquei no sedex e tô mandando pra nossa leitora.

Beijos Debinha, beijos botequeiros.

Dannillo Rocha






quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Afinal, que diabo é Gourmet?!?

By Tavares 512   Posted at  11:26   missaogourmet


Acompanhei, ultimamente no Facebook, algumas publicações inflamadas com o termo gourmet. Numa delas, o amigo querido Sérgio Sobreira, fino, doutor em Cultura e Sociedade pela Ufba e professor na mesma, também apreciador da boa gastronomia (sim, eu disse boa), resume singelamente em protesto: "Gourmet de c* é r***!"

O Missão Gourmet da semana não terá receitinha do amor, mas se empenhará em explicar por que concorda com Sérgio, ainda que leve no nome desta coluna a palavrinha.

Comecemos com “what the fucking hell significa gourmet" afinal? Apesar de não haver tradução literal na língua portuguesa para a palavra de origem francesa, basicamente o termo está associado à haute cousine, outro termo français - e aí agora vocês me dão um tiro. Finalmente, o nome na maioria das vezes acompanha a ideia de cozinha ou produção gastronômica que envolve cultura e arte culinária. Envolve produtos ou refeições, os especialistas ou os apreciadores com conhecimento ou entendimento diferenciado em culinária.

Até aqui diboua, queridjinhas. Mas em tempos de #ostentação #luxúria em que niego vai pro Parque de Exposições pra tomar um banho de Champagne, tomar um banho de Chandonnn filha, porque o que vale mesmo não é apreciar uma garrafa de Dom Pérignon, mas a foto que vai pras redes sociais com o cabelo molhado da bebida que você demorou 3 horas pranchando no salão do bairro. 

É neste momento particular que tem aparecido o que eu chamaria aqui de oportunismo gourmet. Serviços e produtos sendo criados/modificados e requalificados como gourmet pra saciar a sede dessa leva de consumidores ávidos por se destacarem em seu círculo social. Aquele tipo de gente que bate de carrão rebaixado, mas mora de aluguel e pendurou a conta da pobre da cabeleireira e da maquiadora da Mary Kay que suou pra tentar reproduzir aquele visual da foto da Kim Kardashian que a bonita levou.

É neste momento, minha gente, que nascem coisas do tipo: brigadeiro gourmet. Aquela iguaria nacional que é boa de comer mesmo de pijama furado e de colher, e que agora invade eventos de gente da high society e ganha a sua versão com flocos de ouro comestível. Apenas parem! Euzinho neste momento estou lambendo as minhas jóias e, fia, tem gosto de nada. 

Gourmet mesmo são as avós (ou a maioria delas). A minha, por exemplo, semi-analfabeta, que criou os filhos a base de muito esforço cozendo tijolos, foi uma das maiores culinaristas que já conheci. Uma mulher simples, mas que, para além do domínio de técnicas gastronômicas, estava sempre atenta à origem/qualidade das matérias-primas de suas gostosuras. Ela tinha seus fornecedores favoritos nos mercados, que eram outros especialistas naquilo que produziam/vendiam. Eu já a acompanhei, quando pequeno, numa de suas idas à feira e, bicho, a véia demorava uma manhã inteira no mercado, batendo papo com os feirantes e aprendendo com eles. Ela, pra ficar satisfeita com uma simples sopa de legumes, tinha que comprar um corte específico de carne de um açougueiro específico. Ela mesma a serenava, num processo demorado de curar e salgar a carne, ela mesma preparava a massa. O caldo de carne/legumes, que hoje costumamos comprar em tabletes (puro sódio), era preparado por ela mesma. E, por fim, ela matava a gente de satisfação, e satisfação era o que eu via no rosto dela por se exibir como a vovó gourmet que era. Uma negra linda em seu coque impecável e seus vestidos com aplicações de crochê que ela mesma cozia. 

Concordo com Sérgio que pensa que devemos valorizar os procedimentos culinários e os produtos que são nobres pela forma como são preparados, que levam ingredientes excelentes e que se relacionam com a cultura/história de um determinado lugar. Pra muita gente é apenas frescurite pra encarecer comida, mas a confecção de um prato, a ciência da combinação correta dos sabores para a criação de outro sabor final, o entendimento da logística dos fornecedores e das matérias-primas disponíveis, das necessidades nutricionais, estar atento às novidades, etc..., (ufa!) às vezes significa pagar mais caro, lamento. 

Esse mais caro é apenas o reconhecimento de uma produção artesanal e que preza basicamente pela qualidade e excelência. E esse mais caro, sim, quando eu posso, eu topo. Porque não tá fá$$il pra ninguém. E, sim, eu disse “artesanal”. Tem muito produto com nome de gourmet em pacotinhos, oriundos de cadeia de produção mecanizada. Gourmet não é publicidade, meu povo, não é Mac Donalds com manteiga de ervas. Gourmet não é impessoal, não é produzido por máquina. Pra mim, gastronomia de qualidade é produzido pelas mãos de alguém que sente, no mínimo, algum afeto ao que vai ser apresentado à mesa.

Soube de um casal de chefs que amam aventuras e acampamentos, e criaram para aqueles que curtem ir pro meio do mato versões ensacadas gourmet. Que tal tu ir pro Vale do Capão na Chapada Diamantina e degustar um maravilhoso Risoto de Cogumelo com Ervas? 

Ôh, fi, eu deixo tu desejar até comer um teiú grelhado, eu deixo tu até querer comprar um baseado gourmet de uma maconha que foi regada com conhaque escocês e finalmente envolto em folhas de uma parreira que dá uma uva só em cada cacho, deixo até colocar uns flocos de ouro, e ter uma onda ouvindo Bach ecoando das cachoeiras, mas pare com risoto gourmet em pacotinho que lhe meto a mão na cara.

Então, apenas concordando... Gourmet de c* é r***, SIM! Beijo na alma.


Dannillo Rocha






















quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nachos Mexicanos de Frango e Calabresa Defumada

By Tavares 512   Posted at  08:18   missaogourmet


O desafio do Missão Gourmet da semana foi lançado pelo estudante de Engenharia Civil John Brito. Sabe aquela raça de gente criada pela avó? Que cresceu a base de bolacha Passatempo, Fandangos, Doritos, Leite Ninho e pera? Pois é, John é dessas criaturas, e pediu que eu fizesse alguma espécie de salgadinho caseiro. Salgadinho não desses de festa, tipo coxinha e kibe, mas algo que lembrasse àqueles que vem em pacotes com 80% de vento e o restante de um isopor salgado que não é nada mais que uma bomba de sódio e conservantes.


Mas minha gente. Socorro! Não tava conseguindo pensar nada além de pipoca e batata frita, que me parecem ser os petiscos caseiros mais próximos dos empacotados. Gastei um pouco mais dos neurônios da lynda e me propus a fazer uma versão dos nachos mexicanos, quem me lembram os doritos.

Então vamos lá. A massa é super simples. Usei 1 xícara de farinha de trigo, 1 xícara de farinha de milho, a mais fina que encontrar, se não encontrar use uma de fubá e passe num processador ou no liquidificador que dá certo. 2 colheres de chá de manteiga, um pouco de sal, pimenta do reino moída na hora e páprica picante e uma xícara de água. Encontrei versões que usam Sazon ou esses temperos em pacotinhos mas o Missão Gourmet se propõe a fazer versões mais saudáveis e caseiras possíveis. A gastronomia moderna está atenta em ser um drible aos enlatados e produtos prontos e aqui assim também somos nozes.

Misture tudo até a massa fica lisa, não precisa trabalhar tanto a danada. Deixe descansar por 15 minutos.

Enquanto a massa tirava um cochilo da beleza, coloquei na panela de pressão um peito de frango e uma linguiça calabresa defumada com água até quase cobrir o peito, sal e pimenta que serão o recheio dos nossos nachos.

Hora de acordar a massa e meter o pau na nigrinha. Divida a massa em porções e abra com um rolo. Você deve estender até ficar fina. Corte-a em discos, você pode usar uma tampa pequena como referência. Grelhe os discos em uma panela antiaderente até ela ficar firme. Depois disso corte a massa que estará dura (e com aparência de algo que você jamais comeria) em triângulos, como os Doritos. Leve-os então ao forno por uns 10 minutos e polvilhe um pouco mais de sal, páprica picante e pimenta. 


Nesse meio tempo o frango e a calabresa deverão ter cozinhado o bastante para que fiquem fácil de desfiar. Refogue um pouco de cebola, alho e dois tomates, um chilli sem as sementes, e então junte as carnes. O refogado deve ficar mais sequinho, e então depois da chama desligada adicione tempero verde a gosto.

Você também pode preparar um guacamole, que nada mais é que um vinagrete com adição de abacate. Eu prefiro o guacamole com os pedaços de abacate maiores ao invés de amassá-lo e ficar com aquela aparência de vomito da menina do exorcista.

Passados os 10 minutos, retire os nachos do forno que agora estarão crocantes e deliciosos como os salgadinhos. O menino chato criado pela vó (TE AMO JOHN) provou e adorou. 


Lacrei?

Dannillo Rocha

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sanduíche Integral de Frango Grelhado com Molho Holandês e Pasta de Avelã

By Tavares 512   Posted at  06:52   missaogourmet

O desafio lançado ao Missão Gourmet dessa semana foi dado pela colega jornalista Lays Macedo. Fui entrevistado por ela recentemente para a página oficial do Festival de Inverno, onde tratamos sobre dicas do que vestir no evento.

Segue o link. Tô divo, tô deuso, tô amor:


No bate papo comentei com ela que escrevia uma coluna aqui e ela achou que seria massa uma alternativa aos que vão à festa encher o talo de pinga de bambu e que depois de horas em pé e sacolejo enfrentam filas enormes nos trailers da vida no final da festa. O pobre do organismo além de ter que lidar com o esforço físico dos bate cabelo, com o fígado trabalhando em dobro por conta dos bons drink a mais, ainda tem que se virar pra digerir um boi e uma coca cola de 2 litros. O individuo morre de ressaca e indisposição e no dia seguinte vende o passaporte por 10 conto. Os cambista pira!

Pedi à também amiga, a nutricionista Bruna Braga, uma lista de sugestões de ingredientes para criar uma receita que substituísse o podrão numa situação como essa de pós-festa. Esforço físico + ingestão de álcool + noite de sono perdida.

Segundo ela, antes de tudo e não menos importante, devemos investir em hidratação! Água antes, durante e depois. O combo álcool + folia potencializa a desidratação e a dor de cabeça do dia seguinte pode ser evitada com a medida. Agora a lista dos ingredientes sugeridos e o porquê deles.

01 Alguma fonte de carboidrato integral como pães ou alguma massa = irão ajudar a repor a energia consumida e os de origem integral colaboram no processo de desintoxicação

02 Gengibre = Combate o enjoo e a náusea pois tem efeito anti-inflamatório no sistema digestivo

03 Azeite de Oliva = Retarda o tempo de absorção do álcool pelo organismo

04 Espinafre = Contém vitaminas e minerais que colaboram para a recuperação e limpeza do fígado

05 Ovos = O corpo ao metabolizar o álcool se sobrecarrega e libera ainda mais toxinas no corpo, o ovo possui elementos que ajudam a amenizar este efeito

06 Oleaginosas = Avelã, castanhas, nozes, além de antioxidantes contem ácidos graxos que vão ajudar a proteger as artérias que estarão sobrecarregadas com o aumento de toxinas no sangue.

Uma boa pedida seria um caldo, ou uma sopa, mas sei que depois de uma festa desejamos algo com substância. E receita de caldo eu já publiquei aqui. E caldo com gengibre e ovo? Hello hein? Então vamos a receita que eu elaborei.

Sanduíche Integral de Frango Grelhado com Molho Holandês e Pasta de Avelã 

Falando assim parece a coisa mais tirada a besta e difícil do mundo. Mas é simples e delicioso. E relaxem que eu sei que ninguém vai ter coragem de enfrentar a cozinha de madrugada, então pensei aqui em algo que pode ser preparado antes e comido frio.

Tempere dois peitos de frango altos (se forem cortados muito finos ficarão secos) com páprica picante, gengibre ralado ou em fatias, tomilho, pimenta do reino, sal, um pouco de vinagre e deixe marinando.

Enquanto o frango tá lá na dele vamos adiantar o molho. Coloque numa panela um pouco de água pra ferver. Derreta por volta de 100 gramas de manteiga no microondas e reserve (A amiga nutricionista pira na quantidade de manteiga). Junte 01 gema de ovo, meia colher de sopa de vinagre, uma colher de sopa de água quente, desligue a água quando ferver e coloque a vasilha que utilizou sobre a panela e faça um banho maria com essa mistura e bata bem. Adicione aos poucos a manteiga derretida e continue batendo até o molho encorpar. O molho vai virar uma espécie de maionese, mas menos consistente. Tempere depois com pimenta do reino e queijo parmesão ralado.


Para a manteiga de avelã, use por volta de 200 gramas de avelãs. Leve ao forno por 20 minutos para tostar um pouco. Depois de frias descasque e bata num processador. Primeiro ela ficará farinhenta, mas se você continuar a bater ela ganhará consistência de pasta, igual a uma manteiga. E pimba, é só isso. Você pode fazer o mesmo com amendoim e/ou nozes. O resultado é ótimo e apesar de parecer muito trabalho a manteiga rende e você poderá aproveitar e usar não só para essa receita mas por exemplo combinando com chocolate e torradas fica coisa linda de Deus.


Agora grelhe o frango. A panela deve estar bem quente, quando colocar o frango pra grelhar, não aperte nem mexa o tempo inteiro. Esquece ele lá 3 minutos de um lado e 3 do outro no máximo e ele ficará cozido e suculento. Com o tempo o frango perderá umidade e tende a ficar mais seco, mas o molho garantirá suculência.


Depois aqueça e deixe tostar um pouco o pão integral numa frigideira dos dois lados. Passe a manteiga de avelã. Corte o frango em tiras e despeje o molho holandês sobre. Faça uma saladinha com folhas verdes, espinafre, acelga, alface americano, tomates cerejas... Fica a teu critério e da disponibilidade na despensa, tempere com azeite, limão e uma pitada de sal. Ah, eu adicionei uma fatia de cheddar porque eu não sou obrigado.


Monte o sanduíche, vá pra festa e curta, depois se delicie sendo saudável, fino e gourmet, enquanto nego corre pra farmácia atrás de um antiácido e um analgésico.


Dannillo Rocha

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